CAPITULO XVI
Gaston narrando.
No dia seguinte do jantar, já de tarde, umas 16h30, eu via TV e me
levantei pra fazer alguma coisa que agora esqueci, e da janela vi Cande pegando
as correspondências dela na caixinha do correio, decidi ir até lá fazer o
convite à ela.
Sai e atravessei a rua, ela ergueu a cabeça e me viu, e abriu aquele
sorriso lindo.
-
Vim te fazer um
convite – falei quando cheguei à calçada dela.
-
Seja o que for, se
você estiver junto eu aceito – respondeu sorrindo.
-
Então tudo bem, até
mais – me virei e fingi que ia embora.
-
Você nem vai falar o
que é? – perguntou confusa.
-
Eu só tava brincando –
respondi rindo, me virei denovo e a olhei – Meu tio quer te conhecer então vai
fazer um jantar na casa dele, ele disse pra eu levar você e a Lali.
-
Sério? Que... Bom –
falou sorrindo, porém um pouco nervosa.
-
Você parece preocupada
– falei a olhando.
-
É porque é como se
fosse seu pai, eu fico assustada – riu sem graça.
-
Mas assustada porque,
não precisa ficar assim, meu tio vai gostar de você – sorri.
-
Tá, tudo bem – riu –
quando vai ser?
-
Próxima quarta, às
20h, eu levo vocês.
-
Tá, eu vou avisar
Lali.
-
Tudo bem, até mais.
Não sei explicar, mas toda vez que a via precisava beija-la antes de ir
embora, e foi o que fiz, éramos namorados não é? Eu não tinha que temer fazer
isso, e a cada dia que passava o que eu sentia aumentava de uma forma que eu
nem sei dizer.
Me virei e fui pra casa, aproveitei pra pegar as correspondências,
entrei em casa e comecei a ler tudo, até que vi uma carta sem remetente, a abri
e comecei a ler.
“Olá Gas, eu sou aquela pessoa
que impediu que você tivesse uma família de verdade, e não me basta só acabar
com os seus pais, você embora não tenha tido culpa em nada, merece ter o mesmo
fim deles, assim como sua nova namoradinha, Candela, pois é, eu sei de tudo que
acontece na vida de vocês e posso estar mais perto do que imaginam, fiquem de
olhos abertos, mesmo que não adiante de nada”.
Eu não tive reação, fiquei a olhando com ódio, me levantei rapido, abri
a porta, sai e fui pra casa de Cande, bati na porta varias vezes e Lali abriu.
- Meninas – falei já entrando – isso tava no meio de minhas
correspondências, ouçam: - “Olá Gas, eu sou aquela pessoa que impediu que você
tivesse uma família de verdade, e não me basta só acabar com os seus pais, você
embora não tenha tido culpa em nada, merece ter o mesmo fim deles, assim como
sua nova namoradinha, Candela, pois é, eu sei de tudo que acontece na vida de
vocês e posso estar mais perto do que imaginam, fiquem de olhos abertos, mesmo
que não adiante de nada”. – eu as olhei e a expressão delas era tão preocupante
quanto a minha.
-
Meu Deus, também
recebemos uma – disse Lali me entregando uma folha.
Eu li tudo, estava sem saber o que fazer.
-
Caramba – falei terminando
de ler – e agora?
-
Só me assusta o fato
dela estar por perto, porque embora tenhamos a foto dela quando mais jovem, é
muito antiga e está meio estragada por causa da água... – disse Cande.
-
Vamos ficar calmos
porque... – o celular de Lali tocou – é do trabalho, preciso atender, licença –
ela seguiu pro quarto dela pra atender.
Cande olhava pros lados sem reação, com os olhos cheios de lagrima,
inclusive deixou cair uma, eu me aproximei e a enxuguei.
-
Não fique com medo, eu
não vou deixar nada nem ninguém fazer nada com você ou com sua irmã – falei a
olhando.
-
Não temos nada a ver
com essa briga, por que se vingar de nós também? – perguntou com voz de choro,
não estava agüentando ver ela assim.
-
Calma meu amor. Nada
vai acontecer, com você, comigo ou com a Lali, eu não vou deixar.
Ela afirmou com a cabeça e me abraçou, eu a abracei com um braço e o
outro estava com a mão na cabeça dela, naquele momento eu percebi que eu faria
qualquer coisa, tudo, pra que ela não ficasse daquele jeito, com medo, eu a
protegeria de todo perigo e sempre estaria fazendo ela sorrir.
Quando me soltou, a olhei e tinha mais lagrimas em seu rosto, as sequei
enquanto a olhava.
-
Não chora mais, cadê
aquele sorriso lindo? – falei forçando um sorriso, pra que ela percebesse que
estava tudo bem.
-
Não sei se o medo me
deixa sorrir agora – falou abaixando a cabeça.
-
Mas esse sorriso não
pode se deixar apagar por medo – ela me olhou e meu sorriso já não era mais
forçado, pois só de olhar pra ela já era motivo suficiente pra sorrir – por
mais que você esteja assustada, vai dar tudo certo, eu te prometo, ela me olhou
por uns instantes e deixou escapar um sorriso radiante.
-
Esse sorriso já acabou
com qualquer medo que estava presente aqui – sorri.
-
Você é tão bom pra mim
– disse rindo com o olhar baixo, em seguida dirigiu ele pra mim – obrigada.
-
Você não tem o que
agradecer – passei a acariciar seu rosto – eu gosto muito de você Cande, nunca
senti isso por alguem, e eu te prometo te fazer muito feliz – sorri – a gente
vai vencer isso, e vamos vencer juntos.
Ela se aproximou e me beijou, acho que eu estava conseguindo acalma-la,
só o que queria ali era que ela se sentisse bem comigo estando perto dela.
Ela parou o beijo e me abraçou forte, eu retribui o abraço, tão forte
quanto o dela.
-
Ta melhor agora? –
perguntei.
-
Sim, porque você tá
aqui comigo – falou enquanto me soltava, aquilo fez eu me sentir tão bem quanto
ela.
-
Que bom – falei
sorrindo.
-
Quer ficar pro jantar?
– perguntou.
-
Claro – sorri.
Eu a abracei e ouvimos Lali descendo, dizendo que era só uma estagiaria
com duvidas, e ela estava nervosa, a acalmamos e em seguida Cande disse que eu
ficaria pro jantar, seguimos pra cozinha e enquanto elas preparavam tudo, claro
que ajudei um pouco, conversamos muito, rimos muito, Lali era muito engraçada,
era bom ter ela como cunhada. Quando ficou pronto comemos e ficamos conversando
mais um tempo, até que me deparei com a hora, quase 23h, me levantei pra ir
embora, me despedi de Lali e Cande foi comigo até minha casa.
-
Nunca ri tanto em
minha vida – falei sorrindo.
-
Lali é bem divertida
mesmo, qualquer um ri com ela – riu – obrigada por acalma-la, ela sempre foi a
filha mais nervosa.
-
Não me agradeça, eu
não sei porque, mas sinto obrigação de te deixar bem, e ela também,
principalmente porque é minha cunhada – ri.
-
Que bom que gosta dela
– sorriu.
-
Também gosto muito de
você sabia? – falei sorrindo, a olhando.
-
Que bom também – riu.
-
Embora eu queira
passar a noite toda com você aqui, vou entrar agora.
Ela afirmou com a cabeça, eu me aproximei e a beijei, logo me afastei, sorri
e entrei em casa.
Já estava tarde, até para meu tio, então decidi que no dia seguinte eu
iria no trabalho dele avisar que Emilia poderia atacar a qualquer momento, até
mesmo a ele, ela faria qualquer coisa pra nos atingir, fisicamente,
emocionalmente, em fim, eu só precisava avisa-lo.
Eu segui pro meu quarto, troquei de roupa,
passei no banheiro e fiz tudo oque precisava fazer lá, em seguida voltei ao
quarto e me deitei, pra dormir e tentar esquecer os problemas.
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