Créditos: Aliados Brasil
Veja na continuação o off e algumas fotos do capítulo...
Capítulo 04 - Pontes
70% da superfície do planeta Terra está coberta por água. Os
humanos chamam de continentes as grandes extensões de terra, e chamam de ilhas
as pequenas extensões separadas do continente. Como se os continentes não
fossem ilhas, grandes, mas ilhas.
Eles mesmo, os humanos, são ilhas rodeadas por um mar de
gente. Estão em uma ilha e são uma ilha. Preferem as dores de solidão do que as
dores de amor. Preferem a solidão do que a traição. Em um mundo onde um irmão
mata o seu irmão, a solidão é o melhor refúgio.
A síndrome do ilhéu é uma espécie de claustrofobia que
experimentam algumas pessoas estando em uma ilha. A claustrofobia é isso, um
estrangulamento antes do encerramento, antes do próprio encerramento.
A desconexão emocional é o fechamento de todas as pontes.
Ninguém entra, ninguém se machuca.
Uma ponte nos permite sair de nossa ilha, nos afastar e
olhar para ela de fora.
Uma ponte, uma balsa, um helicóptero ou um beijo, qualquer
recurso vale para sair da ilha. O plano de Ian consistiu em isolá-los e colocá-los
em igualdade de condições com a esperança de que começassem a estabelecer laços
entre si e eu deixei que Azul fosse Azul. Tentei ser sua aliada silenciosa, em
seu interior, tentei construir a melhor ponte. A conexão com o mais profundo do
ser: com sua essência, com seus desejos. Tentei ser essa luz que brilha em seu
interior. Tentei construir uma ponto até Azul.
Mas o amor é uma ponte mágica, porque se constrói sozinha,
além da vontade.
Antes de construir uma ponte, se deve cavar profundamente,
até o coração da pedra.
Desde que cheguei, fui um aliado muito silencioso, fui uma
ilha dentro de Azul. Agora entendi que para ajudá-la de verdade tenho que fazer
uma ponte com ela. Uma ponte entre Azul e eu não sei como será o resultado. Mas
o que eu tenho certeza é de que Azul já não estará tão sozinha.
(Basta clicar nas imagens para ampliá-las)
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