Créditos: Aliados Brasil
Veja na continuação o off e algumas fotos do capítulo...
Capítulo 07 - Você vai gritar
Tínhamos que empurrá-los até o limite da humilhação, até
esse lugar onde a dor muda se transforma em um grito. Tínhamos que levá-los a
esse lugar onde puderam escapar de si mesmos. Tínhamos que trazê-los de volta
da crueldade até a dor. Tínhamos que forçá-los a sentir empatia, tínhamos que
manipular o manipulador, usar o que ele usa, fazê-los provar de seu próprio
veneno. Tínhamos que levá-los ao limite para que finalmente começassem a
gritar. Tínhamos que fazer uma mudança e estratégia e foi isso o que fiz.
Tínhamos que fazê-los gritar, irritá-los, entediarem-se de
seu próprio tédio. Transformar a dor em um grito de liberação. Ele precisam
gritar bem forte, tão forte para calar essa voz interna que os tortura, que os
insulta, essa voz interior que os odeia. Tínhamos que empurrá-los até seu
próprio limite. Até que pudessem dar esse grito que colocou fim ao abuso. Eles
precisam gritar até chegar aqui, tínhamos que quebrá-los. Sacudi-los para que
pudessem se libertar dessa realidade. Tínhamos que enchê-los dessa angustia que
é aliada, essa angustia que se transforma em ajuda, em um grito de socorro.
Tínhamos que fazê-los gritar para trazê-los de volta da
insensibilidade. Minha missão é guiar os Aliados em suas missões e por isso
gritei. Porque um grito é uma variação no tom, é um acento na intenção, é uma
mudança no ritmo e na estratégia.
Era importante tornar audível o desespero e a dor, e que o
desamparo se tornasse um grito.
Era importante ajudá-los a fazer-se visíveis gritando “Aqui
estou eu e até aqui chega você”.
Tínhamos que tocar-lhes a alma, e as vezes a alma grita e
nesse grito se cura.
As
vezes o silêncio é curado com um grito. E as vezes um sussurro tem a potência
de mil gritos que precisam ser gritados.
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