domingo, 4 de maio de 2014

Aliados - 1ª temporada - Capítulo 12 - Legendado


Veja na continuação o off e algumas fotos do capítulo...


Capítulo 12 - Se Tivesse...

Esta sou eu, a filha de Natalia Pinedo. Sou a garota que ficou sem pai. Sou a garota que vive em um casa rodante. Sou a garota que se apaixonou por um homem. Sou a que foi traída. Sou a que perdeu um concurso de canto. Sou Maia Pineda, a que odeia Azul e odeia todo mundo. Mas todos os dias me pergunto como seria ser Maia Olloa, o que seria de mim se tivesse crescido com um pai do lado. Se tivesse sido Maia Olloa, como seria minha vida? Viveria em um casa rodante? Odiaria todo mundo? Quem seria se meu primeiro e único amor não tivesse me traído? O que seria se tivesse ganhado o concurso? Quem seria eu se tivesse sido outra? Seria feliz se fosse famosa? Se fosse famosa não estaria triste? Se eu tivesse realizado meu sonho, quem eu seria agora? Quem eu seria se ela não existisse? Quem seria eu se tivesse sido outra?
Se eu estivesse no momento certo, o que teria acontecido?
Como seria minha vida se eu tivesse nascido em outro lugar, outro país? Se eu tivesse sido órfã, se não tivesse um pai ausente mas sim morto? Seria feliz se tivesse tido uma mãe feliz?
Estamos cheios de nostalgia, do que poderíamos ter sido.
Sempre pensamos que seríamos muito mais felizes se tivéssemos sido se não fossemos o que somos.
Somos uma das tantas possibilidades do que poderíamos ser.
Se queremos ser o que poderíamos ter sido... então temos que fazer correções.
Sem dúvidas eu teria sido outra se não tivesse tido essa mãe e isso é o que tenho que corrigir.
Minha mãe diz que teria sido feliz se eu não tivesse nascido. Eu digo que eu seria feliz se ela não estivesse viva.
Já me cansei de chorar por não ser a poderia ter sido. Hoje, quero ser.
Se minha vida tivesse sido essa... Se esta tivesse sido a minha casa. Se esta tivesse sido minha roupa. Se esta tivesse sido eu. Se eles amassem a mim. Me sentiria tão sozinha como agora? Odiaria como odeio se tivesse sido amada?
Todos temos um personagem designado nesse grande teatro que é o mundo. E vivemos pensando como seria se tivéssemos encenado outro personagem. Mesmo se usarmos seus figurinos ou repetirmos suas falas, não podemos ser esse personagem que poderíamos ter sido.


Não somos nem a sombra do que poderíamos querer ser, nem a esperança do que poderíamos ser. Estamos condenados a ser o que somos. Quando você não se sente feliz com o que é, e se lamenta com o que poderia ser você tem duas alternativas... ou matar o poderia ter sido ou matar oque é. Ian e Maia me ajudaram a entender a lógica temporal em que os humanos estão presos. Nós, seres de luz, somos o presente, somos este instante que acontece, mas os humanos não. Eles são feitos de condicional composto ou de futuro imperfeito.
O futuro é imperfeito por que é impreciso, improvável porque ninguém pode aformar o que será porque não sabe nem mesmo se será. O condicional composto supõe uma condição: o que teria acontecido se?. Mas esse se, hipotético, tampouco existe. Não existe oque deveria nem o que poderia ser, só existe o que é. O ser, se define pelo fazer. O que é, faz. O que não faz, poderia ter feito. É a ação que te tira da inércia, da angustia. Se você queria ser cantora, abra sua boca e cante. Algo quebra a angústia, corriga com alegria. O homem de ação não chora pelo que não foi, ele faz. Com Maia aprendi que a diferença entre nostalgia e melancolia. Nostalgia é do que foi, melancolia do que não foi. O que não foi não se pode mudar, o que serpa não se pode conhecer. O que é, o presente, é tudo o que temos.
O passado é inalterável. O futuro é intocável. Sendo assim, estamos condenados ao presente, mas a boa notícia é que só se pode transformar o presente.
Gostemos ou não, somos só presente. Presente que só pode se transformar com amor.

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