Fonte: Aliados Brasil
Veja na continuação off e algumas fotos do capítulo...
Capítulo 15 - A Supervisão
A frase que Taylor disse aos seus
alunos me deixou tocado e também me pergunto: O importante é o olhar, mas qual
olhar? Quando os humanos esperam algo com muita ansiedade dizem “Não vejo a
hora”. Quando querem dar uma opinião dizem “Eu vejo assim” ou “Esse é o meu
ponto de vista”. Quando querem falar do futuro se perguntam “Como você se vê em
alguns anos?”. Quando querem consultar com alguém sua aparência perguntam “Como
me vê?”. “Estou tão bêbado que não vejo”, dizem quando bebem.
A vida humana é um olhar, um
recorte. Os humanos conhecem da vida só o que vêem. Aqueles que não podem ver,
precisam de outro olhar: uma supervisão.
Nunca estivemos tão longe de
alcançar nossa missão. O tempo está se esgotando, e nos perguntamos porque?
Vocês estavam sempre olhando suas
missões, agora é a hora de olharem vocês mesmos.
Vocês também são sua própria
missão. Coloquem o olhar sobre vocês. Nossa missão é gerar uma mudança, e a
mudança tem que começar por vocês. A mudança vem do interior, sejam a mudança.
Se um humano quer ver o seu
rosto, tem que se olhar em um espelho, mas se quer olhar suas costas, tem que
fazer um jogo de espelhos. Acreditamos conhecer alguém porque o vemos, mas
conhecer o outro na realidade é poder ver com seus olhos, ver a vida como o
outro vê.
Só confiamos no que vemos, mas o
que vemos é apenas uma pequena parte da realidade.
A vida, o mistério, é tudo isso
que escapa do olhar. Por alguma razão fecham os olhos quando se beijam, ou
quando fazem amor. É porque assim vêem mais, vêem melhor.
Se supõe que o olhar de um
supervisor vê mais, porque vê simultaneamente, o que alguém olha e quem olha.
Olhar o outro não é só vê-lo, mas também ver seu olhar, sua verdade. Olhar, é
também se deixar olhar. Só quando podemos ver, pensar e sentir como o outro,
podemos dizer que conhecemos o outros. E será inevitável, conhecendo o outro,
nós conheceremos a nós mesmos.
Alguns estudantes de pintura me
desenharam, e cada um me pintou de uma forma diferente. É evidente que os
demais quando me vêem, vêem algo diferente. A pergunta é quem sou, e agora
sinto que estou cada vez mais perto de respondê-la.
Os seres humanos atravessam sua
existência com a pergunta constante: “Quem sou?”, “Como sou?”, e para responder
essas perguntas, perguntam aos demais: “O que vê?”, “Como você me vê?”. E
haverá tantas respostas como olhares, inclusive o próprio olhar. Um olhar que
muitas vezes é implacável. Podemos ser um pouco como nos vêem, um pouco como
nos vemos, e um pouco como ninguém me vê.
Os crentes dizem que só Deus nos
vê tal qual somos. Esse olhar, essa supervisão, que vê o que somos, o que
fomos, o que seremos, e o que poderíamos ser. Um olhar contra o qual jamais
podemos dizer que as coisas são assim como as vemos, porque não vemos quase
nada.
Estamos muito interessados
naquilo que vemos, mas o mais importante, é tudo aquilo que não podemos ver.
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