segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Amor, sublime amor - Capítulo I

CAPITULO I

Candela narrando.

Me chamo Candela, com 12 anos sofri um acidente de carro, nesse acidente perdi uma pessoa que poderia me ensinar tantas coisas, me dar conselhos, broncas, poderíamos compartilhar momentos juntas... Mas naquele dia, tudo isso se tornou impossível, quando aquele carro capotou barranco a baixo inúmeras vezes, me jogando pela janela, cai deitada sem um arranhão, e pude ver o carro capotar até o solo, e em uma fração de segundos, explodiu, de uma forma tão dramática que parecia filme de ação, mas quem estava la dentro não era um personagem fictício, interpretado por um ator, que logo em seguida posaria para fotógrafos num red carpet de uma premiação de filmes, a pessoa la dentro se chamava Julia Vetrano, minha mãe, que no momento estaria sendo destruída pelas chamas. Em desespero gritei, chorei, e antes que houvesse outra explosão que pudesse me atingir por não estar tão longe assim do incêndio, levantei e me virei para subir devolta à pista, e havia uma mulher olhando tudo, ou podia ser um homem de cabelos longos e loiros, que usasse salto, estava de capuz então não pude enxergar o rosto, carros começaram a parar no acostamento por terem visto o nosso carro caindo de longe, e a moça que estava ali fugiu, e eu sei que tem dedo dela na morte da minha mãe.
Hoje vivo com minha irmã Lali, 2 anos mais velha que eu, nosso pai vive em outra casa, nos mudamos, pois ele saia toda noite pra beber e nos tratava mal, desde a morte de mamãe, mas continuamos cuidando dele.
Em uma manhã de quinta feira, acordei com uma musica, era alguem tocando naquela coisa enorme e brilhante que chamam de piano, minha mãe tocava, quer dizer, era um passa tempo dela, na verdade ela era enfermeira, mas nunca deixou de tocar, e a cada nota que saia de lá me dava uma calma... E aquilo tava muito bom, seja lá quem estivesse morando na casa vizinha, era muito talentoso, ou talentosa, e não como a antiga vizinha que morava lá, tinha um péssimo gosto pra musica, que bom que se mudou... Em fim, me levantei, passei no banheiro e logo desci pra tomar café, e Lali, minha irmã mais velha, já tomava um copo de suco enquanto ouvia a musica do piano também, deu pra perceber pela expressão do rosto dela, me sentei à mesa e me servi.
-          Esse som me lembra a mamãe – disse Lali, enquanto sorria.
-          Eu estava pensando nisso – respondi sorrindo.
-          Bom, preciso ir trabalhar – disse tomando o ultimo gole de suco e pegando sua bolsa – Até mais tarde – beijou meu rosto.
-          Até – respondi.
Lali abriu a porta e saiu, eu terminei de tomar café. Subi as escadas e fui para meu quarto, abri o armário de minha mãe, que levamos conosco quando fizemos a mudança, estava procurando uns livros, aproveitei pra procurar umas roupas antigas pra me livrar delas e percebi algo estranho, a gaveta trancada com pregos que havia dentro do armário estava semi-aberta, no testamento de mamãe dizia pra nunca abrirmos a gaveta, mas no meu caso, ela já estava quase aberta, os pregos estavam enferrujados, foi de quando eu e Lali lavamos o armário, achei que não teria problema, corri até o porão e peguei um martelo, voltei pro quarto e terminei de abrir a gaveta, estava tudo mofado, meio úmido, eram documentos, fotos, objetos, estava tudo inteiro Graças a Deus.
Tirei a gaveta e coloquei no chão, comecei a olhar tudo, as fotos de quando éramos pequenas, documentos, partituras, cartas de parentes... Mas havia uma carta de uma pessoa que eu não conhecia, Emilia Attias, que eu saiba minha mãe não tinha nenhuma amiga com esse nome, dizem que é feio abrir correspondência dos outros... Bom, a carta já estava aberta... Eu a tirei de dentro do envelope e comecei a ler.
“Estou de volta querida, com sede de vingança. Em Amsterdã pensei muito em minha vingança, e destruir só você não vai me satisfazer, eu vou acabar com a sua família inteira, começando pela pequena Candela, a sua princesinha né? A cada dia que passa meu ódio por você aumenta mais e quando eu ver você destruída será um dia de gloria pra mim, se eu fosse você começava a escrever seu testamento”.
Lagrimas escorriam pelos meus olhos, lagrimas de ódio, porque agora eu tinha o nome da assassina, Emilia Attias, e eu iria até o inferno pra encontra-la. Cadê a maldita pessoa tocadora de piano nessa hora? Se eu não me acalmasse iria quebrar a casa inteira. Eu desci pra sala, comecei a ficar mais nervosa, e me descontrolei, o vaso que havia na estante foi totalmente destruído quando eu o peguei e joguei contra a parede, o que eu estava fazendo? Tinha que me controlar, fui a cozinha beber um copo d’água, parecia que quando havia objeto em minhas mãos o conteúdo da carta voltava a minha cabeça e subia um ódio enorme, acabei jogando o copo contra a parede também e dando um grito de ódio em seguida. Me apoiei na pia e respirei fundo, fui ao banheiro e lavei meu rosto, quando ouvi baterem na porta, olhei pro espelho, respirei fundo, e mais calma desci até a sala e abri a porta, caramba, eu não tinha palavras, era perfeito, era um garoto loiro, de olhos azuis, eu me senti diferente, algo estranho, era como olhar seilá... O céu, deixei um sorrisinho escapar, aquilo realmente me acalmou.
-          Sim? – falei o olhando, ainda sorrindo.
-          Desculpe, é que eu ouvi gritos e... Barulho de umas coisas quebrando, vim ver se está tudo bem, sou Gaston Dalmau, acabei de me mudar – ele disse, em seguida sorriu, que sorriso mais lindo Jesus.
-          Acabou de se mudar? Você que tava tocando piano de manhã? – meu sorriso aumentou.
-          Sim... Eu incomodei? – perguntou.
-          De forma alguma, eu gostei muito – ri – Eu to... Um pouco nervosa, desculpe se te atrapalhei.
-          Imagine, eu não estava tocando, tava revendo umas partituras – sorriu – Eu posso te ajudar em algo?
-          Pode, pode sim... Continue sempre tocando, me acalmou bastante nessa manhã – sorri.
-          Pode deixar – riu – se precisar de algo é só chamar, como se chama mesmo?
-          Candela, Candela Vetrano, prazer.
-          Prazer é meu. Então, até mais – sorriu.
-          Até – sorri.
Ele se virou e se foi. O que foi aquilo meu Deus? Foi como ver um anjo! Fechei a porta e fui limpar a bagunça que fiz. 

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