CAPITULO IX
Emilia narrando.
3 dias depois. Ordenei a Paula que seguisse cada passo de Nicolas, ele
almoçava de segunda a sexta naquele mesmo restaurante, ela dizia que ele sempre
olhava pra porta, parecia procurar alguem, quem sabe eu? Pela cara que fez deve
ter me achado bem bonita é, pior que sou mesmo. Mas eu só estava disfarçando,
eu iria me cruzar com ele novamente, só estava dando um tempinho, e o tempinho
havia acabado.
Num dia, alguns minutos antes do horário que Nico almoçava, eu estava
terminando de me arrumar pra ir me cruzar com ele novamente, e eu estava
realmente linda, preciso admitir.
Quando terminei, desci até a recepção e segui pro restaurante, ele
ainda não havia chegado, perfeito, assim quando chegasse ele podia ate pedir
pra se sentar comigo, quem sabe, mas mesmo se não pedisse, eu iria chamar, era
parte do plano.
Depois de uns minutos ele chegou, e eu estava bem de frente pra porta,
quando me viu abriu um sorriso enorme, e eu só fingi que não vi, ele foi se
aproximando, mas ele se sentou a mesa ao lado da minha, ele estava fazendo tudo
errado, mas tudo bem, eu sabia como consertar.
Olhei pro lado e o avistei, ele olhava o cardápio.
-
Com licença, é Nico
né? – ele me olhou, sorriu e afirmou com a cabeça. – Você me ajudou naquele dia
que deixei minha bolsa cair, queria te agradecer por me mostrar onde ficava o
banco – sorri, só uma pessoa idiota faria isso, mas eu precisava lembrar que
ali eu era Holly, não Emilia.
-
Sim, e você é Holly –
ele sorriu – não tem que agradecer, foi um prazer.
-
Você já pediu? –
perguntei.
-
Não, na verdade acabei
de chegar – sorriu.
-
Pode me fazer
companhia? – sorri, sorrisos me ajudavam muito a convencer as pessoas.
-
Ah claro, seria um
prazer – ele sorriu, se levantou e se sentou na cadeira à frente a minha, em
minha mesa.
Nós pedimos a comida e começamos a conversar, ele me falava da cidade e
eu ouvia e comentava como se nunca tivesse vivido naquela droga, eu comecei a
falar de quando morava em outros paises, sobre meu trabalho, eu disse a ele que
era fotografa, bela mente a minha, agora eu precisava fazer um cursinho de
fotografia só pra ajudar na atuação. Ficamos conversando por um longo tempo até
que ele olhou pro relógio.
-
Eu preciso voltar ao
trabalho.
Apenas afirmei com a cabeça, pedimos a conta e dividimos o valor, então
pagamos e nos levantamos, no caminho até a saída ele fez o que eu estava
esperando.
-
Podemos sair a
qualquer dia – disse ele um pouco constrangido.
-
Claro, vou te passar
meu celular.
Trocamos os números, nos despedimos e ele se foi, fiquei olhando ele ir
embora e logo Paula se aproximou, ela sempre estava por perto, parou ao meu
lado também olhando ele ir embora.
-
Conseguiu? –
perguntou.
-
Caiu direitinho, agora
é só esperar ele me ligar – falei rindo.
Mariana narrando.
A voz de Cande não saia de minha cabeça, desde que ela e Gas se
beijaram ela não sabe falar de outra coisa, são dias ouvindo a mesma coisa, “ah
como Gas é lindo, é perfeito, romântico, fofo”, mas era bom ver minha irmã
feliz assim, e eu também estava contente, eu ia saber o que havia acontecido
com minha mãe, estava com um ótimo emprego, minha irmã se livrou das partituras
velhas depois de anos mofando na gaveta, e eu estava indo ao restaurante que eu
almoçava, e ia ver aquela coisa linda chamada Peter que eu via todos os dias,
ou não...
Ele sempre estava lá as 15h20 em ponto, já era 15h30, fui até o caixa
onde minha amiga Daky ficava, ela também era amiga de Peter, alias, melhor
amiga, e podia ter alguma noticia dele.
-
Hey Lali, chegou mais
tarde hoje – disse ela sorrindo.
-
Pois é – falei rindo
disfarçando meu desespero, me aproximei mais e falei com um tom mais baixo –
cadê ele?
-
Peter? Me ligou esta
manhã, tá no hospital, teve uma crise de gastrite, ele tomou soro, remédios,
mas o medico achou melhor ele ficar lá por mais algumas horas, a crise veio bem
forte dessa vez – disse ela me olhando.
-
Serio? Eu vou visitar
ele – falei.
-
Não vai almoçar hoje?
– perguntou confusa.
-
Se der tempo volto,
agora vou ver ele, tchau – falei rapido, me virei e andei rapido até a saída, o
hospital era perto dali, fui caminhando mesmo, droga, eu não gostava daquele
hospital, mas fazer oque.
Quando cheguei perguntei na recepção sobre Juan Pedro Lanzani, me deram
o numero do quarto e eu fui até lá, bati na porta 2 vezes.
-
Pode entrar – gritou.
-
Oi – falei sorrindo
abrindo uma brechinha da porta.
-
Lali – sorriu – entra.
Eu entrei no quarto e me sentei em uma cadeira próxima da cama.
-
Como soube que eu
estava aqui? – perguntou.
-
Daky me contou – sorri
– como você está?
-
Bem melhor, você não
precisava perder o horário de almoço só pra me visitar – sorriu.
-
Imagina Peter, eu me
preocupo com você – deixei escapar isso, mas tudo bem, porque ele só sorriu
meio sem graça.
Sorri, e então olhei em volta e suspirei, aquele lugar me trazia muitas
lembranças.
-
O que foi? – ele
perguntou.
-
A minha mãe trabalhava
aqui – respondi dando um meio sorriso.
-
Achei que ela tocava
piano – disse confuso.
-
É, ela era pianista
nas horas vagas, mas na verdade era enfermeira nesse hospital. – respondi.
-
Você não fala muito
dela – falou me olhando.
-
Eu sei, é que eu não
gosto de sentir saudades, dói muito... E quando eu falo nela, eu sinto uma
saudade imensa – falei me controlando pra não chorar – mas pra você eu conto.
-
Não precisa contar
Lali – falou.
-
Mas eu quero – sorri
de canto – quando eu tinha 14 anos ela sofreu um acidente de carro com minha
irmã Cande, ela saiu ilesa, mas minha mãe morreu, e a pouco tempo a gente
descobriu que esse acidente foi planejado, por uma mulher chamada Emilia, e por
que isso a gente não sabe. Ai Cande pesquisou sobre ela na internet e viu que
antes de matar nossa mãe, ela matou um casal, que no caso são os pais de nosso
vizinho Gas, e o tio dele contou que Emilia os matou porque a mãe de Gas era
advogada de nossa mãe, e ajudou ela a tirar uma coisa muito valiosa de Emilia,
e por isso agora nem minha mãe, nem os pais de Gas estão vivos – contei tudo me
controlando muito pra não chorar.
-
Eu sinto muito mesmo
Lali, tomara que vocês consigam prender essa mulher – disse ele com uma
expressão assustada.
-
A gente vai conseguir
– sorri – agora eu preciso ir, senão vou trabalhar com fome – falei rindo,
enquanto me levantava.
-
Obrigada por vir me
visitar, fez eu me sentir bem melhor – sorriu.
-
Tudo bem Peter – sorri
mais uma vez, segui até a porta e sai.
Ok admito, sou louca por Peter, trabalho na loja faz alguns meses e
sempre almocei naquele restaurante, e ele também, nos conhecemos quando Daky
estava de recepcionista, e eu estava conversando com ela antes de me sentar à
mesa e ele chegou.
Flashback
-
Daky – disse um garoto
lindo se aproximando.
-
Hey Peter, quanto
tempo – respondeu Daky sorrindo – essa é minha amiga Lali, Lali esse é meu
amigo Peter.
-
Oi – falei sorrindo,
eu estava encantada.
-
Prazer – respondeu me
olhando e sorrindo.
Atualmente
Depois disso nos falamos todos os dias, Daky sempre me disse que ele também
gostava de mim, mas acha que eu acredito? Não, ele me via como amiga, e era bom
que continuasse assim pra eu evitar uma ilusão.
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