CAPITULO X
Juan Pedro narrando.
Me chamo Juan Pedro, ou Peter como todos me chamam, desde pequeno tive
que aprender a me cuidar sozinho, junto de meu irmão Agus, que esta em Córdoba,
eu morava lá com minha família, mas decidi vir pra Buenos Aires buscar trabalho,
meus pais são fotógrafos, viajam pelo mundo todo e nunca tiveram muito tempo
pros filhos, mas eu e Agus somos acostumados.
Sou estagiário na bolsa de valores de Buenos Aires, tenho a ajuda de um
dos corretores, Nicolas Vázquez, sempre disse que eu poderia ir longe se
continuasse do jeito que estou, e também é um grande amigo. Como estagio não dá
salário, meus pais me mandam dinheiro todo o mês para que eu sobreviva, até que
tenha o emprego fixo.
Todo dia almoço no mesmo restaurante, lá tenho uma amiga, Daky, que é a
recepcionista, sempre conversamos, e
também conheço uma bela moça que Daky me apresentou faz uns meses, Mariana, mas
sempre a chamam de Lali, ela trabalha numa loja de roupas do outro lado da rua
de onde faço o estagio, é tão linda, tem um sorriso encantador, a voz, o jeito,
sempre que estou com ela fico nervoso, me sinto especial e sempre gaguejo ou
falo coisas sem noção, já faz um bom tempo que sinto isso e acho que me sinto
seguro pra dizer que... Que sou apaixonado por ela, o único problema é que acho
que a única coisa que ela sente por mim é pura amizade, e eu não tenho coragem
de dizer pra ela o que sinto, por medo dela realmente não sentir o mesmo e ai
não nos falarmos mais porque, seilá, ficaria estranho... Melhor que eu continuasse
só na amizade.
Num dia acordei com uma forte dor na barriga, decidi ir até o hospital,
o medico disse que eu estaria tendo uma crise de gastrite, e recomendou que eu
ficasse lá por mais algumas horas, liguei no trabalho e avisei, e logo em
seguida liguei pra Daky.
Começo da
ligação
-
Eaí Peter – disse ela
ao atender.
-
Daky, eu não vou
almoçar hoje, to no hospital com uma crise de gastrite – falei desanimado.
-
Nossa Peter, tudo bem,
melhoras – disse – Não vai ver sua amada hoje né? – riu.
-
Pois é, é a única parte
que me chateia – ri – agora vou desligar, até mais.
-
Até.
Fim da ligação
Desliguei o telefone e voltei a fazer o que estava fazendo, nada.
Algumas horas
depois
Ouvi baterem na porta, poderia ser a enfermeira.
-
Pode entrar – gritei.
-
Oi – disse Lali sorrindo,
e eu achando que ia ficar um dia sem ver meu anjo.
-
Lali – sorri, muito
feliz – entra.
Ela entrou, e se sentou em uma cadeira ao lado de minha cama.
-
Como soube que eu
estava aqui? – perguntei.
-
Daky me contou –
sorriu – como você está?
-
Bem melhor, você não
precisava perder o horário de almoço só pra me visitar – sorri.
-
Imagina Peter, eu me
preocupo com você – ao ouvir sorri meio sem graça, as vezes eu até pensava que
ela gostava de mim, mas era delírio meu.
Ela apenas sorriu, em seguida olhou em volta e suspirou, parecia
triste, até estranhei.
-
O que foi? –
perguntei.
-
A minha mãe trabalhava
aqui – respondeu dando um meio sorriso.
-
Achei que ela tocava
piano – falei confuso.
-
É, ela era pianista
nas horas vagas, mas na verdade era enfermeira nesse hospital. – respondeu.
-
Você não fala muito
dela – falei a olhando.
-
Eu sei, é que eu não
gosto de sentir saudades, dói muito... E quando eu falo nela, eu sinto uma
saudade imensa – falou, percebi que ela ficou bem triste. – mas pra você eu
conto.
-
Não precisa contar Lali
– falei.
-
Mas eu quero – sorriu
de canto – quando eu tinha 14 anos ela sofreu um acidente de carro com minha
irmã Cande, ela saiu ilesa, mas minha mãe morreu, e a pouco tempo a gente
descobriu que esse acidente foi planejado, por uma mulher chamada Emilia, e por
que isso a gente não sabe. Ai Cande pesquisou sobre ela na internet e viu que
antes de matar nossa mãe, ela matou um casal, que no caso são os pais de nosso
vizinho Gas, e o tio dele contou que Emilia os matou porque a mãe de Gas era
advogada de nossa mãe, e ajudou ela a tirar uma coisa muito valiosa de Emilia,
e por isso agora nem minha mãe, nem os pais de Gas estão vivos – ouvi tudo
atenciosamente, fiquei bem assustado com tudo.
-
Eu sinto muito mesmo
Lali, tomara que vocês consigam prender essa mulher – falei, ainda com a
expressão assustada.
-
A gente vai conseguir
– sorriu – agora eu preciso ir, senão vou trabalhar com fome – falou rindo, em
seguida se levantou.
-
Obrigada por vir me
visitar, fez eu me sentir bem melhor – sorri.
-
Tudo bem Peter – sorriu
mais uma vez, foi até a porta e saiu.
Aquela visita me fez tão bem, que até passei a me sentir melhor, uns
minutos mais tarde o medico me liberou, recomendou alguns remédios e um
atestado de dois dias, então segui pra casa, e fiquei o dia todo sem fazer
nada, apenas pensando em Lali, nossa, como eu a amava, era uma pena que eu
fosse um medroso e não contasse à ela, dizem que quando se diz o que sente, a
pessoa passa a te ver diferente, mas não sei, se isso não acontecesse eu nunca
mais iria falar com ela, mas eu ia aguentar o tempo que eu conseguisse.
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