terça-feira, 21 de agosto de 2012

Amor, sublime amor - Capítulo X


CAPITULO X

 Juan Pedro narrando.

Me chamo Juan Pedro, ou Peter como todos me chamam, desde pequeno tive que aprender a me cuidar sozinho, junto de meu irmão Agus, que esta em Córdoba, eu morava lá com minha família, mas decidi vir pra Buenos Aires buscar trabalho, meus pais são fotógrafos, viajam pelo mundo todo e nunca tiveram muito tempo pros filhos, mas eu e Agus somos acostumados.
Sou estagiário na bolsa de valores de Buenos Aires, tenho a ajuda de um dos corretores, Nicolas Vázquez, sempre disse que eu poderia ir longe se continuasse do jeito que estou, e também é um grande amigo. Como estagio não dá salário, meus pais me mandam dinheiro todo o mês para que eu sobreviva, até que tenha o emprego fixo.
Todo dia almoço no mesmo restaurante, lá tenho uma amiga, Daky, que é a recepcionista, sempre conversamos,  e também conheço uma bela moça que Daky me apresentou faz uns meses, Mariana, mas sempre a chamam de Lali, ela trabalha numa loja de roupas do outro lado da rua de onde faço o estagio, é tão linda, tem um sorriso encantador, a voz, o jeito, sempre que estou com ela fico nervoso, me sinto especial e sempre gaguejo ou falo coisas sem noção, já faz um bom tempo que sinto isso e acho que me sinto seguro pra dizer que... Que sou apaixonado por ela, o único problema é que acho que a única coisa que ela sente por mim é pura amizade, e eu não tenho coragem de dizer pra ela o que sinto, por medo dela realmente não sentir o mesmo e ai não nos falarmos mais porque, seilá, ficaria estranho... Melhor que eu continuasse só na amizade.
Num dia acordei com uma forte dor na barriga, decidi ir até o hospital, o medico disse que eu estaria tendo uma crise de gastrite, e recomendou que eu ficasse lá por mais algumas horas, liguei no trabalho e avisei, e logo em seguida liguei pra Daky.
Começo da ligação
-          Eaí Peter – disse ela ao atender.
-          Daky, eu não vou almoçar hoje, to no hospital com uma crise de gastrite – falei desanimado.
-          Nossa Peter, tudo bem, melhoras – disse – Não vai ver sua amada hoje né? – riu.
-          Pois é, é a única parte que me chateia – ri – agora vou desligar, até mais.
-          Até.
Fim da ligação
Desliguei o telefone e voltei a fazer o que estava fazendo, nada.
Algumas horas depois
Ouvi baterem na porta, poderia ser a enfermeira.
-          Pode entrar – gritei.
-          Oi – disse Lali sorrindo, e eu achando que ia ficar um dia sem ver meu anjo.
-          Lali – sorri, muito feliz – entra.
Ela entrou, e se sentou em uma cadeira ao lado de minha cama.
-          Como soube que eu estava aqui? – perguntei.
-          Daky me contou – sorriu – como você está?
-          Bem melhor, você não precisava perder o horário de almoço só pra me visitar – sorri.
-          Imagina Peter, eu me preocupo com você – ao ouvir sorri meio sem graça, as vezes eu até pensava que ela gostava de mim, mas era delírio meu.
Ela apenas sorriu, em seguida olhou em volta e suspirou, parecia triste, até estranhei.
-          O que foi? – perguntei.
-          A minha mãe trabalhava aqui – respondeu dando um meio sorriso.
-          Achei que ela tocava piano – falei confuso.
-          É, ela era pianista nas horas vagas, mas na verdade era enfermeira nesse hospital. – respondeu.
-          Você não fala muito dela – falei a olhando.
-          Eu sei, é que eu não gosto de sentir saudades, dói muito... E quando eu falo nela, eu sinto uma saudade imensa – falou, percebi que ela ficou bem triste. – mas pra você eu conto.
-          Não precisa contar Lali – falei.
-          Mas eu quero – sorriu de canto – quando eu tinha 14 anos ela sofreu um acidente de carro com minha irmã Cande, ela saiu ilesa, mas minha mãe morreu, e a pouco tempo a gente descobriu que esse acidente foi planejado, por uma mulher chamada Emilia, e por que isso a gente não sabe. Ai Cande pesquisou sobre ela na internet e viu que antes de matar nossa mãe, ela matou um casal, que no caso são os pais de nosso vizinho Gas, e o tio dele contou que Emilia os matou porque a mãe de Gas era advogada de nossa mãe, e ajudou ela a tirar uma coisa muito valiosa de Emilia, e por isso agora nem minha mãe, nem os pais de Gas estão vivos – ouvi tudo atenciosamente, fiquei bem assustado com tudo.
-          Eu sinto muito mesmo Lali, tomara que vocês consigam prender essa mulher – falei, ainda com a expressão assustada.
-          A gente vai conseguir – sorriu – agora eu preciso ir, senão vou trabalhar com fome – falou rindo, em seguida se levantou.
-          Obrigada por vir me visitar, fez eu me sentir bem melhor – sorri.
-          Tudo bem Peter – sorriu mais uma vez, foi até a porta e saiu.
Aquela visita me fez tão bem, que até passei a me sentir melhor, uns minutos mais tarde o medico me liberou, recomendou alguns remédios e um atestado de dois dias, então segui pra casa, e fiquei o dia todo sem fazer nada, apenas pensando em Lali, nossa, como eu a amava, era uma pena que eu fosse um medroso e não contasse à ela, dizem que quando se diz o que sente, a pessoa passa a te ver diferente, mas não sei, se isso não acontecesse eu nunca mais iria falar com ela, mas eu ia aguentar o tempo que eu conseguisse.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário, ele é muito importante para nós.

1) Opiniões e críticas construtivas são sempre bem vindas, desde que acompanhadas de educação.
2) Palavras de baixo calão não serão toleradas, levando, posteriormente, a exclusão do comentário; a mesma ação será aplicada em casos de xingamentos.