terça-feira, 14 de agosto de 2012

Amor, sublime amor - Capítulo VII


CAPITULO VII


Gaston narrando.

Fiquei a noite inteira praticamente pensando em Cande, não dormi um segundo, cochilei um pouco pela manhã, mas não foi o suficiente pra matar o sono, levantei, tomei café, vi um pouco de TV e acabei adormecendo no sofá. Acordei por volta de 14h, fui ao banheiro pra lavar o rosto quando ouvi baterem na porta, quando a abri, eu não sabia que reação ter, era Cande, fiquei assustado, surpreso, feliz, com medo, tudo ao mesmo tempo.
-          Oi... – falou dando um sorrisinho, ficava mais linda que o normal quando estava tímida.
-          Cande... – falei ainda assustado, depois de um tempo sorri deixando a felicidade escapar – entre – disse dando passagem pra ela entrar.
-          Ta bem – sorriu, respirei fundo enquanto fechava a porta – Gas eu... – quando a ouvi ia me virando, mas ela parou de falar.
-          Sim? – falei após me virar, engoli seco esperando ela terminar de falar.
-       Gas... Não dá pra gente se ver denovo e fingir que nada aconteceu, e não dá pra fingir que eu não te deixei aqui plantado e sai correndo, e eu queria me desculpar – abaixou a cabeça, eu todo nervoso porque a beijei e ela veio se desculpar porque saiu correndo.
-          Eu sei, e você não tem que se desculpar, eu que tenho, eu que te... Beijei – nessa hora ela me olhou, estávamos os dois bem envergonhados.
-          Mas mesmo assim eu me sinto culpada e eu trouxe isso pra você – ela pegou uma pasta que estava em um braço só e segurou com as duas mãos, fiquei curioso – são umas partituras que eram da minha mãe, são raras, especiais, e merecem mais ser usadas do que ficar mofando no fundo de uma gaveta velha – riu
-          Cande eu agradeço, mas não precisa, eram da sua mãe, eu sei que é difícil – falei sorrindo, imagine, não podia tirar algo importante pra ela.
-          Mas pra que deixa-las guardadas juntando pó se... Tem um ótimo pianista que mora na frente da minha casa que pode fazer bom uso delas, e que eu confio pra cuidar bem, assim como minha mãe cuidou?
Eu sorri, eu fiquei sem palavras, cada silaba que saiu da boca dela me fez me sentir muito especial, e aquilo que eu sentia por ela cresceu ainda mais.
-          Aceita por favor – falou sorrindo, estendendo as partituras pra mim.
Eu abaixei a cabeça e respirei fundo, porque eu tive vontade de beijá-la e não podia fazer aquilo de novo, ela ficaria tímida e ai nem voltaria pra esclarecermos tudo assim como ela estava fazendo.
-          O que foi? – perguntou, acho que ela estava me olhando.
-          Cande... – a olhei – sempre que eu estou com você, sempre que conversamos, eu sinto algo estranho, não sei, alguma coisa que me faz sentir muito bem, aqui – coloquei a mão no peito, do lado do coração, estava batendo bem forte – e ontem quando eu... Te beijei, foi um descuido, e você fala essas coisas maravilhosas, e eu só estou me controlando pra não te beijar denovo – abaixei o olhar novamente e ri baixo.
-          Gas... Eu não aceito as desculpas por ter me beijado porque... – eu a olhei, quase tive um infarto achando que ela havia ficado com muita vergonha por eu falar o que sinto e ela não sentir o mesmo – Porque eu só aceitaria se eu tivesse achado ruim, mas não... Porque toda vez que a gente se vê eu também sinto algo que me faz bem, uma coisa muito especial, e aquele beijo me fez abrir os olhos, e me fazer perceber que eu devo estar sentindo algo por você – ouvir aquilo foi como, musica pros meus ouvidos.
-          É serio? – falei segurando o riso, então sorri de orelha a orelha, não conseguia explicar como eu estava feliz, ela me olhou e eu não conseguia parar de sorrir.
-          Sim... É sério – me olhou e deu aquele sorriso lindo.
Respirei fundo ainda sorrindo, então eu pensei em beija-la e dei um passo a frente, mas seria melhor perguntar antes, mesmo com vergonha, cossei a cabeça e respirei.
-          Então, se eu fosse ai e te beijasse você... Iria gostar? – perguntei, e eu acho que devo ter ficado vermelho.
-          Sim, muito – respondeu sorrindo.
Eu a olhei mais feliz do que nunca e seguro de mim, andei até ela, peguei as partituras e deixei na mesinha, então coloquei minha mão no rosto dela, já bem próximos, ela colocou suas mãos em meu rosto, nos olhamos por um tempo e eu me aproximei mais até beija-la, daquela vez era um beijo combinado digamos assim, e foi perfeito, e foi mais perfeito saber o que ela sentia por mim, eu nunca havia ficado feliz daquele jeito, nem quando consegui a bolsa na faculdade de New York.
Eu parei o beijo, nos olhamos e rimos, então comecei a acariciar o rosto dela.
-          Nos conhecemos faz menos de uma semana – ri, ainda acariciando seu rosto.
-          Sim, talvez não seja a hora pra namorarmos ainda – riu me olhando, e ela estava mais do que certa.
-          E o que fazemos até essa hora? – perguntei sorrindo.
-          O que você quer fazer até lá? – sorri.
-          Podemos ficar juntinhos, igual estamos aqui – ri, mas estava com medo da resposta.
-          Eu gostei dessa idéia – nós dois rimos, e sabe quando você tira um peso das costas? Foi um alivio ouvir aquilo.
Eu a abracei e ficamos ali por uns segundos. Eu tinha uma nova missão, alias nós dois, nos conhecermos mais, mas aquilo seria fácil, eu queria vê-la todos os dias, abraça-la, beija-la, era o que eu mais queria no momento.
Quando nos soltamos nos sentamos pra conversarmos, e conversamos sobre muita coisa, nem vimos o tempo passando.
-          Olhe a hora, Lali está chegando, preciso ir – falou olhando o relógio.
-          Eu te levo na porta – sorri.
Nos levantamos e a levei até lá, abri a porta pra ela e ela saiu, ficamos parados, não sabíamos como nos despedir, e eu decidi tomar iniciativa.
-          A gente se vê depois – me aproximei e dei um selinho nela.
-          Tudo bem, tchau – respondeu sorrindo.
Fiquei vendo ela atravessar a rua, até chegar em casa, ela me olhou e acenei, ela acenou devolta e fechou a porta, eu entrei e também fechei a minha.
Depois de uns minutos bateram na porta novamente, quando a abri era meu tio.
-          Não foi trabalhar hoje? – perguntei confuso.
-          Horário de almoço – disse ele sorrindo – posso entrar?
-          Claro que sim, a casa é sua afinal – respondi sorrindo, e dando espaço pra ele passar.
-          A casa é sua, eu te dei – falou entrando.
Eu fechei a porta e ele deixou a sua pasta em cima do sofá, então nos sentamos e começamos a conversar.
-          E então, o que me conta de bom? – me perguntou.
-          Se eu contar você não acredita – balancei a cabeça rindo.
-          O que aconteceu? – perguntou curioso.
-          Bom, nem sei por onde começar... – ri - No mesmo dia que cheguei eu conheci a vizinha, o nome dela é Candela, ela gostou muito de me ouvir tocar, e passou alguns dias, e aconteceu umas coisas que depois eu te conto... Emfim, ontem, sem querer, eu... – ri novamente, envergonhado - A beijei, e ela é uma garota bem tímida, então saiu correndo. Ai hoje ela veio aqui e esclarecemos tudo e você nem imagina – expliquei.
-          O que? – disse ele ouvindo atenciosamente.
-          Ela disse que sente coisas diferentes por mim – disse sorrindo.
-          Tá ferrado – disse sério.
-          Porque? – perguntei confuso.
-          A garota se apaixonou – respondeu ainda serio.
-          Mas isso não é ruim, eu também gosto dela – respondi.
-          Ah nesse caso... Mas vocês já estão namorando? – perguntou.
-          Não, resolvemos deixar isso pra hora certa e até lá vamos nos conhecer melhor.
-          Você está mais que certo, boa sorte – sorriu.
-          Obrigada tio, e... A propósito, eu preciso saber de uma coisa... Quando Cande tinha 12 anos ela e a mãe dela sofreram um acidente de carro e a mãe morreu, e Cande sabe que isso foi armado por Emilia Attias – percebi que quando falei esse nome meu tio ficou preocupado – e Cande pesquisou sobre ela na internet e achou uma matéria que dizia que essa mesma mulher matou Silvia e Pedro Dalmau, no caso... – me interrompeu.
-          Seus pais – disse ele num tom preocupado.
-          É, tio eu preciso saber o que aconteceu com meus pais, por favor, não só eu como Cande também, por que isso tem a ver com a morte da mãe dela, por favor, não fuja mais desse assunto.
-          Eu sei disso meu filho, já esta na hora de você saber de tudo... – ele respirou fundo e me olhou – se a mãe de Cande for quem estou pensando, o nome dela era Julia.
-          Esse mesmo o nome dela – confirmei.
-          Então... – respirou novamente – sua mãe era advogada, como você sabe, e Julia era cliente dela, sua mãe nem seu pai nunca me contaram exatamente o que, mas ela ajudou Julia a tirar uma coisa muito preciosa de Emilia, ela ganhou a causa e ficou com essa coisa, e Emilia ligava em sua casa jurando vingança. Emilia matou a mãe de Cande, no dia seguinte quando sua mãe voltava do escritório com seu pai, já de noite, Emilia os parou na rua e... – ele parou de falar e olhou baixo.
-          Fala tio, eu preciso saber – falei pressionando ele.
-          Ela foi dar um tiro em sua mãe, mas seu pai entrou na frente, o tiro o atingiu, mas mesmo assim Emilia ainda atirou em sua mãe... – disse ainda de cabeça baixa.
Eu fiquei muito surpreso, triste, de saber que meus pais tinham sido assassinados por ajudar alguém, fiquei bastante emocionado, respirei fundo e voltei a olhar meu tio.
-          Então foi isso...? – perguntei de cabeça baixa – É porque... Ontem Cande e sua irmã Lali vieram me perguntar se eles eram meus pais e eu disse que precisava confirmar com o senhor o que havia acontecido, foi daí que Lali foi embora e eu beijei Cande...
-          Eu sinto muito por não ter contado, eu estava esperando a hora certa e acho que exagerei no tempo – disse ele me olhando.
-          O importante é que você contou tio – dei um sorriso pra disfarçar o quanto eu havia ficado mal.
-          Gas – ele colocou a mão no meu ombro – não quero te ver mal, eu sei que é triste, mas foi há muitos anos...
-          Eu sei tio, eu não vou ficar mal, obrigada por me contar – sorri.
-          Não tem que agradecer... Bom, agora eu tenho que ir.
Eu afirmei com a cabeça, nos levantamos e eu o levei até a porta.
-          Até mais – me abraçou.
-          Até – sorri.
Ele me soltou, saiu e se foi, fechei a porta e fiquei atordoado com o que tinha ouvido, meus pais, assassinados? E eu precisava contar aquilo à Cande.

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