CAPITULO V
Candela narrando.
Depois que Gas foi embora, subi pro meu quarto e liguei o computador,
comecei a pesquisar sobre Emilia Attias, e algo me chamou atenção, depois da
data de morte de minha mãe ela cometeu um assassinato, matou Silvia e Pedro
Dalmau, e Dalmau não me era um sobrenome estranho... Mas é claro, era o
sobrenome de Gas, será que eram os pais deles? Lendo o resto da matéria eu tive
certeza, Pedro era pianista, aquilo confirmou tudo, Emilia também havia
assassinado os pais de Gas. Dizia também que ela havia sido presa e fugiu em
uma rebelião que fizeram, depois disso ela não foi mais encontrada.
Eu tinha que pedir ajuda a Gas, mas como? Eu tinha vergonha, e o fato
de Pedro ser pianista podia ser só coincidência... Mas era por justiça, e eu ia
fazer oque fosse preciso.
Mas oque eu faria naquele momento? Já ir falar com Gas? Não, eu não
iria conseguir, se com alguem comum eu já travo, imagina com aquele anjo...
Melhor se eu pesquisasse um pouco mais... Eu tive uma idéia, eu iria chamar
Lali pra ir comigo até a casa de Gas, ela que fala tanto e é supersocial
poderia fazer a parte difícil sem sofrer nada... Era isso mesmo que iria fazer,
continuar a pesquisa foi em vão, não encontrei mais nada, então desliguei o
computador e fiquei esperando até Lali chegar em casa.
Algumas horas
depois
Ouvi barulho de carro e olhei pela janela de meu quarto, era Lali
chegando, corri até a escada e desci rapidamente, quando cheguei a porta ela
estava fechando.
-
Não feche, vamos na
casa do Gas! – falei colocando a mão por cima da mão dela, impedindo que ela
trancasse a porta.
-
O que? Fazer o que? –
perguntou confusa, me olhando.
-
Lembra da Emilia
Attias? Ela assassinou um casal de sobrenome Dalmau, Dalmau é o sobrenome do
Gas, e o homem era pianista, é da família dele! Eu vi na internet! – falei
rapidamente.
-
Deixa de delírio, isso
é coincidência – falou rindo enquanto tentava virar a chave.
-
Não é! – gritei
apertando sua mão mais forte, ela me olhou assustada, respirei e voltei ao tom
de voz normal – é importante pra mim Lali, vamos lá por favor.
-
Se é tão importante
porque não foi antes?
-
Tenho vergonha, você
que se dá bem pra falar com os outros facilmente, por favor – a olhei quase
ajoelhando.
-
Tudo bem, eu sei que é
importante pra você, é pra mim também – disse ela tirando minha mão de cima da
dela e abrindo a porta.
Ela foi indo na frente e eu fechei a porta, corri até ela muito feliz,
quando chegamos à calçada dele meu coração quase saia pela boca, ela bateu na
porta 3 vezes, e em alguns segundos ele abriu, e sorriu, como sempre me
deixando mais nervosa.
-
Oi Gas... A gente pode
conversar? – disse Lali o olhando.
-
Claro, entrem – disse
dando passagem para que entrássemos.
Entramos, olhamos em volta, logo ele fechou a porta e voltamos ao foco.
-
Bom, é um assunto meio
complicado, Cande me arrastou aqui pra eu te perguntar porque ela tem vergonha
– nesse momento virei os olhos, lentamente e com muita calma pra não espancar
Lali, abaixei a cabeça e coloquei a mão na testa, pude ouvir uma risada baixa
dele e deixei escapar um sorriso.
-
Pode falar... – disse
Gas voltando a prestar atenção em Lali.
Lali explicou tudo pra ele, eu só observava e falava de alguns detalhes
que Lali não sabia.
-
Nossa, sempre que
pergunto meu tio foge do assunto, mas isso me interessou, hoje eu vou
procura-lo e vou perguntar denovo e não descanso enquanto não ouvir a resposta.
-
Muito obrigada, é
importante pra nós – disse Lali.
-
Cande me disse essa
manhã que quando sua mãe tocava vocês costumavam ficar bem calmas, e se sentiam
bem...
-
Isso mesmo – disse
Lali sorrindo, apenas afirmei com a cabeça.
-
Já que estão tão
preocupadas com essa historia toda eu podia tocar um pouco pra vocês.
Mas ouvir ele tocar ali ao vivo me deixaria mais louca ainda!
-
Bom Gas temos que
preparar a janta... – disse Lali, me salvando, mas em seguida me deu uma
olhadinha que eu sabia que acabaria com tudo – Mas eu posso muito bem fazer
sozinha, sei que Cande adoraria ouvir! – sim, adoraria, ela disse com todas as
letras, ADORARIA.
-
Que bom – ele sorriu,
parecia bem feliz.
Apenas olhei Lali com aquele olhar matador, sabe aquele que esfaqueia,
afoga, tortura, e faz tudo isso ao mesmo tempo? Ele, só que cem vezes pior.
-
Não adoraria Cande? –
disse ela me olhando.
-
C-claro – gaguejei,
sem olhar pra ele, só concordei pra não desagradar...
-
Então vou indo, até mais,
e obrigada Gas – ela sorriu, me olhou novamente e se foi.
Gas fechou a porta, colocou as mãos nos bolsos e deve ter me olhado,
não sei, eu estava de cabeça baixa.
-
Não precisa ter
vergonha – disse rindo.
-
Vergonha? Quem esta
com vergonha? E-eu não estou com vergonha – tive vontade de me bater, continuei
olhando baixo.
-
Quando fui tomar café
na sua casa essa manhã Lali me disse que você é bem tímida – sorriu, eu sei que
sorriu porque criei vergonha na cara e olhei pra ele, e ele estava mais
próximo.
-
Um pouquinho – sorri.
Ele sorriu, eu sabia que aquilo não ia acabar bem.
-
Tem umas partituras
aqui, você pode escolher uma pra eu tocar. – ele estava próximo, e as
partituras estavam em uma mesa atrás de mim, ele não se deu ao trabalho de dar
a volta pra pegar elas, apenas se inclinou um pouco pro lado, se esticou e as
pegou, o problema foi quando ele voltou.
O fato de ele ter se esticado deixou ele mais próximo de mim, então na
volta o rosto dele passou bem próximo do meu, e continuou próximo, e ele ficou
me olhando, e eu não conseguia olhar pro lado porque aqueles olhos, eles me
hipnotizavam, eu engoli seco e fiquei olhando pra ele, pelo canto do olho pude
ver a mão dele se erguendo devagar e senti ela tocar meu rosto, nesse momento
respirei fundo e fechei meus olhos, e a única coisa que senti após isso foram
os lábios dele se tocando nos meus, e uma coisa explodindo no meu coração...
Que drama, não é? Drama nada explodiu mesmo, parecia felicidade, desespero,
seilá, explodiu!
O que eu podia fazer? Empurrar ele? Não, eu havia gostado, embora a
timidez me matasse e fosse superpouco atraente, não sei... Eu não sei se ele
estava só se aproveitando da oportunidade, eu via tanta coisa nos olhos deles,
tanta coisa... Linda, fofa, droga. Será que eu estava apaixonada? Logo ele
parou o beijo e me olhou, e ficamos naquilo por alguns instantes quando
despertei.
-
Eu... Tenho que ir...
– falei, o olhei por mais um instante e sai pelo lado que estava livre, fui até
a porta, a abri, e sai, antes de fechar o olhei, ele estava de costas, logo se
virou e me olhou, depois de uns instantes eu a fechei e fui pra casa.
Corri pra porta de casa, a abri, entrei rapido e fechei, parei por um
segundo pra respirar e ouvi barulho de colheres de pau batendo em panelas na
cozinha, era Lali cozinhando, corri até lá e a olhei muito brava, e ela me
olhou confusa.
-
O que foi? –
perguntou.
-
Eu vou matar você –
respondi negando com a cabeça.
-
Mas o que eu fiz? –
perguntou ainda mais confusa.
-
Me deixou lá. Com ele.
Pra ouvir ele tocar piano!? – respondi indignada.
-
O que tem de mal? Você
deveria estar calma já que ele tocou, aliás ele tocou? Por que eu não ouvi nada
– disse ela.
-
Ele me beijou – falei
curta, grossa, clara, olhando diretamente pra expressão dela.
-
Ele fez o que? – ficou
tão surpresa que até largou a colher de pau no chão.
-
Isso, ele foi pegar as
benditas partituras e ai ele chegou mais perto e... E foi! – falei enquanto
caminhava até o armário, peguei um copo e servi d’água.
-
E depois? – perguntou
se aproximando.
-
Falei que precisava ir
embora e vim – falei mais calma após tomar um gole de água.
-
Você o deixou lá
plantado? – perguntou indignada.
-
Eu não soube o que
fazer, ele me pegou de surpresa! – respondi.
-
Coitado, vocês
precisam esclarecer isso senão nunca mais vão se falar! – disse ela, logo após
me olhou de canto – você gostou?
-
O que? Bom... Ah,
foi... Legal – respondi sem olhar pra ela.
-
Legal? – sorriu.
-
É... Bom – falei.
-
Bom? – sorriu mais
ainda.
-
Ta bom, foi ótimo, eu
adorei, ta bom assim? – gritei indo até a pia, deixando o copo lá.
-
Ah minha maninha
apaixonada – ela me abraçou por trás.
-
Olha, eu não sei de
nada ainda tá? Eu preciso... Pensar um pouco.
-
Tá vai pensar, quando
o jantar estiver pronto eu chamo você – disse me soltando.
Nem olhei pra trás, apenas segui pra escada, a subi, fui pro meu quarto,
me joguei na cama e fiquei pensando.
Eu nunca havia sentido aquilo antes, por ninguém,
quando estava no colégio via varias garotas chorando pelos cantos por causa de
relacionamentos frustrados e parecia tão ruim, eu não queria que acontecesse o
mesmo comigo, mas ele tinha um olhar de inocência, mas eu não sei se ele só
aproveitou que me beijar naquele momento estava fácil, ou se foi real. Mas eu
não podia deixar ele lá plantado como disse Lali sem pedir desculpas, pense na
próxima vez que nos víssemos, seria super estranho, e eu não queria aquilo, e
eu sabia exatamente o que fazer.
você não vai continuar ?
ResponderExcluirAmei meus personagens favoritoss vc esta de Parabéns.