sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Amor, sublime amor - Capítulo V


CAPITULO V


Candela narrando.

Depois que Gas foi embora, subi pro meu quarto e liguei o computador, comecei a pesquisar sobre Emilia Attias, e algo me chamou atenção, depois da data de morte de minha mãe ela cometeu um assassinato, matou Silvia e Pedro Dalmau, e Dalmau não me era um sobrenome estranho... Mas é claro, era o sobrenome de Gas, será que eram os pais deles? Lendo o resto da matéria eu tive certeza, Pedro era pianista, aquilo confirmou tudo, Emilia também havia assassinado os pais de Gas. Dizia também que ela havia sido presa e fugiu em uma rebelião que fizeram, depois disso ela não foi mais encontrada.
Eu tinha que pedir ajuda a Gas, mas como? Eu tinha vergonha, e o fato de Pedro ser pianista podia ser só coincidência... Mas era por justiça, e eu ia fazer oque fosse preciso.
Mas oque eu faria naquele momento? Já ir falar com Gas? Não, eu não iria conseguir, se com alguem comum eu já travo, imagina com aquele anjo... Melhor se eu pesquisasse um pouco mais... Eu tive uma idéia, eu iria chamar Lali pra ir comigo até a casa de Gas, ela que fala tanto e é supersocial poderia fazer a parte difícil sem sofrer nada... Era isso mesmo que iria fazer, continuar a pesquisa foi em vão, não encontrei mais nada, então desliguei o computador e fiquei esperando até Lali chegar em casa.
Algumas horas depois
Ouvi barulho de carro e olhei pela janela de meu quarto, era Lali chegando, corri até a escada e desci rapidamente, quando cheguei a porta ela estava fechando.
-          Não feche, vamos na casa do Gas! – falei colocando a mão por cima da mão dela, impedindo que ela trancasse a porta.
-          O que? Fazer o que? – perguntou confusa, me olhando.
-          Lembra da Emilia Attias? Ela assassinou um casal de sobrenome Dalmau, Dalmau é o sobrenome do Gas, e o homem era pianista, é da família dele! Eu vi na internet! – falei rapidamente.
-          Deixa de delírio, isso é coincidência – falou rindo enquanto tentava virar a chave.
-          Não é! – gritei apertando sua mão mais forte, ela me olhou assustada, respirei e voltei ao tom de voz normal – é importante pra mim Lali, vamos lá por favor.
-          Se é tão importante porque não foi antes?
-          Tenho vergonha, você que se dá bem pra falar com os outros facilmente, por favor – a olhei quase ajoelhando.
-          Tudo bem, eu sei que é importante pra você, é pra mim também – disse ela tirando minha mão de cima da dela e abrindo a porta.
Ela foi indo na frente e eu fechei a porta, corri até ela muito feliz, quando chegamos à calçada dele meu coração quase saia pela boca, ela bateu na porta 3 vezes, e em alguns segundos ele abriu, e sorriu, como sempre me deixando mais nervosa.
-          Oi Gas... A gente pode conversar? – disse Lali o olhando.
-          Claro, entrem – disse dando passagem para que entrássemos.
Entramos, olhamos em volta, logo ele fechou a porta e voltamos ao foco.
-          Bom, é um assunto meio complicado, Cande me arrastou aqui pra eu te perguntar porque ela tem vergonha – nesse momento virei os olhos, lentamente e com muita calma pra não espancar Lali, abaixei a cabeça e coloquei a mão na testa, pude ouvir uma risada baixa dele e deixei escapar um sorriso.
-          Pode falar... – disse Gas voltando a prestar atenção em Lali.
Lali explicou tudo pra ele, eu só observava e falava de alguns detalhes que Lali não sabia.
-          Nossa, sempre que pergunto meu tio foge do assunto, mas isso me interessou, hoje eu vou procura-lo e vou perguntar denovo e não descanso enquanto não ouvir a resposta.
-          Muito obrigada, é importante pra nós – disse Lali.
-          Cande me disse essa manhã que quando sua mãe tocava vocês costumavam ficar bem calmas, e se sentiam bem...
-          Isso mesmo – disse Lali sorrindo, apenas afirmei com a cabeça.
-          Já que estão tão preocupadas com essa historia toda eu podia tocar um pouco pra vocês.
Mas ouvir ele tocar ali ao vivo me deixaria mais louca ainda!
-          Bom Gas temos que preparar a janta... – disse Lali, me salvando, mas em seguida me deu uma olhadinha que eu sabia que acabaria com tudo – Mas eu posso muito bem fazer sozinha, sei que Cande adoraria ouvir! – sim, adoraria, ela disse com todas as letras, ADORARIA.
-          Que bom – ele sorriu, parecia bem feliz.
Apenas olhei Lali com aquele olhar matador, sabe aquele que esfaqueia, afoga, tortura, e faz tudo isso ao mesmo tempo? Ele, só que cem vezes pior.
-          Não adoraria Cande? – disse ela me olhando.
-          C-claro – gaguejei, sem olhar pra ele, só concordei pra não desagradar...
-          Então vou indo, até mais, e obrigada Gas – ela sorriu, me olhou novamente e se foi.
Gas fechou a porta, colocou as mãos nos bolsos e deve ter me olhado, não sei, eu estava de cabeça baixa.
-          Não precisa ter vergonha – disse rindo.
-          Vergonha? Quem esta com vergonha? E-eu não estou com vergonha – tive vontade de me bater, continuei olhando baixo.
-          Quando fui tomar café na sua casa essa manhã Lali me disse que você é bem tímida – sorriu, eu sei que sorriu porque criei vergonha na cara e olhei pra ele, e ele estava mais próximo.
-          Um pouquinho – sorri.
Ele sorriu, eu sabia que aquilo não ia acabar bem.
-          Tem umas partituras aqui, você pode escolher uma pra eu tocar. – ele estava próximo, e as partituras estavam em uma mesa atrás de mim, ele não se deu ao trabalho de dar a volta pra pegar elas, apenas se inclinou um pouco pro lado, se esticou e as pegou, o problema foi quando ele voltou.
O fato de ele ter se esticado deixou ele mais próximo de mim, então na volta o rosto dele passou bem próximo do meu, e continuou próximo, e ele ficou me olhando, e eu não conseguia olhar pro lado porque aqueles olhos, eles me hipnotizavam, eu engoli seco e fiquei olhando pra ele, pelo canto do olho pude ver a mão dele se erguendo devagar e senti ela tocar meu rosto, nesse momento respirei fundo e fechei meus olhos, e a única coisa que senti após isso foram os lábios dele se tocando nos meus, e uma coisa explodindo no meu coração... Que drama, não é? Drama nada explodiu mesmo, parecia felicidade, desespero, seilá, explodiu!
O que eu podia fazer? Empurrar ele? Não, eu havia gostado, embora a timidez me matasse e fosse superpouco atraente, não sei... Eu não sei se ele estava só se aproveitando da oportunidade, eu via tanta coisa nos olhos deles, tanta coisa... Linda, fofa, droga. Será que eu estava apaixonada? Logo ele parou o beijo e me olhou, e ficamos naquilo por alguns instantes quando despertei.
-          Eu... Tenho que ir... – falei, o olhei por mais um instante e sai pelo lado que estava livre, fui até a porta, a abri, e sai, antes de fechar o olhei, ele estava de costas, logo se virou e me olhou, depois de uns instantes eu a fechei e fui pra casa.
Corri pra porta de casa, a abri, entrei rapido e fechei, parei por um segundo pra respirar e ouvi barulho de colheres de pau batendo em panelas na cozinha, era Lali cozinhando, corri até lá e a olhei muito brava, e ela me olhou confusa.
-          O que foi? – perguntou.
-          Eu vou matar você – respondi negando com a cabeça.
-          Mas o que eu fiz? – perguntou ainda mais confusa.
-          Me deixou lá. Com ele. Pra ouvir ele tocar piano!? – respondi indignada.
-          O que tem de mal? Você deveria estar calma já que ele tocou, aliás ele tocou? Por que eu não ouvi nada – disse ela.
-          Ele me beijou – falei curta, grossa, clara, olhando diretamente pra expressão dela.
-          Ele fez o que? – ficou tão surpresa que até largou a colher de pau no chão.
-          Isso, ele foi pegar as benditas partituras e ai ele chegou mais perto e... E foi! – falei enquanto caminhava até o armário, peguei um copo e servi d’água.
-          E depois? – perguntou se aproximando.
-          Falei que precisava ir embora e vim – falei mais calma após tomar um gole de água.
-          Você o deixou lá plantado? – perguntou indignada.
-          Eu não soube o que fazer, ele me pegou de surpresa! – respondi.
-          Coitado, vocês precisam esclarecer isso senão nunca mais vão se falar! – disse ela, logo após me olhou de canto – você gostou?
-          O que? Bom... Ah, foi... Legal – respondi sem olhar pra ela.
-          Legal? – sorriu.
-          É... Bom – falei.
-          Bom? – sorriu mais ainda.
-          Ta bom, foi ótimo, eu adorei, ta bom assim? – gritei indo até a pia, deixando o copo lá.
-          Ah minha maninha apaixonada – ela me abraçou por trás.
-          Olha, eu não sei de nada ainda tá? Eu preciso... Pensar um pouco.
-          Tá vai pensar, quando o jantar estiver pronto eu chamo você – disse me soltando.
Nem olhei pra trás, apenas segui pra escada, a subi, fui pro meu quarto, me joguei na cama e fiquei pensando.
Eu nunca havia sentido aquilo antes, por ninguém, quando estava no colégio via varias garotas chorando pelos cantos por causa de relacionamentos frustrados e parecia tão ruim, eu não queria que acontecesse o mesmo comigo, mas ele tinha um olhar de inocência, mas eu não sei se ele só aproveitou que me beijar naquele momento estava fácil, ou se foi real. Mas eu não podia deixar ele lá plantado como disse Lali sem pedir desculpas, pense na próxima vez que nos víssemos, seria super estranho, e eu não queria aquilo, e eu sabia exatamente o que fazer.

Um comentário:

  1. você não vai continuar ?

    Amei meus personagens favoritoss vc esta de Parabéns.

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