terça-feira, 7 de agosto de 2012

Amor, sublime amor - Capítulo II

   Capitulo II



  Gaston narrando.

 Me chamo Gaston, tenho 23 anos, voltei pra Argentina faz um dia, estava em New York fazendo faculdade, toco piano, eu cursei por 3 anos e quando acabou meu tio Nicolas conseguiu uma casa pra mim enquanto eu ainda estava nos EUA. Eu sempre gostei de musica, clássica, pop, rock, gostos variados, quando eu ainda era um bebê meus pais morreram, meu tio nunca quis falar como foi a morte deles, a partir dali passei a viver com ele, ele que sempre cuidou de mim, e eu o vejo como um pai.
Quando me mudei, a casa já estava com mobília, eu e meu tio conversávamos já dentro da mesma.
-          Tio, ta louco? Você comprou todos os moveis? – perguntei indignado
-          Gas, estou com um ótimo emprego na bolsa de valores de Buenos Aires, sou corretor, estou recebendo bem, então esse é seu presente de boas vindas – respondeu.
-          Muito obrigada mesmo – sorri.
-          Tem uma surpresa pra você, naquela porta – disse ele apontando.
-          Surpresa? – perguntei enquanto olhava pra onde ele apontava.
-          Vá lá ver – disse animado.
Fui até a porta e a abri devagar, quando olhei nem acreditei, era uma salinha, com um piano e minhas partituras que haviam ficado na casa de meu tio, tudo bem simples e ao mesmo tempo perfeito, era tanta alegria que nem cabia em mim, o único piano que eu havia tocado era de cursos e da faculdade que fiz.
-          Gostou? – perguntou.
-          Tio... – fiquei sem palavras e o abracei.
-          Acho que é um sim – riu.
-          Obrigada de verdade – soltei – agora vou poder estudar em casa – falei animado.
-          Comprei o piano com essa idéia – riu – agora preciso ir, tenho que trabalhar, se precisar de algo, me ligue.
-          Pode ir em paz, vou ficar bem.
Levei ele até a porta, quando ele se foi, fui até a salinha, peguei uma partitura e comecei a tocar o piano, era uma ótima sensação, sempre que eu tocava um eu me sentia especial, calmo, meu tio falou uma vez que meu pai era pianista, é daí que sai minha adoração por musica, por piano, por tudo isso, eu não tinha nem como agradecer a casa, a salinha, a mobília, tudo, ele sempre cuidou muito bem de mim desde bebe, e sempre me deu tudo, era muito bom saber que eu o tinha pro que eu precisasse.
Quando terminei de tocar a musica, bati o olho no relógio e percebi que era muito cedo, e que os vizinhos poderiam ter acordado, fiquei um pouco pensativo com isso, mas eu só saberia se alguem viesse bater em minha porta pra reclamar, e ninguém bateu.
Mais tarde eu já sentia fome e fui à cozinha, quando abri a geladeira, tava cheia, meu tio era um doido mesmo... Mas de repente eu ouvi barulhos de coisas quebrando e até um grito, vinha da casa da frente, por mais que corria o risco da pessoa ser ignorante e fria, resolvi ir lá pra ver se precisavam de ajuda, eu sempre fui muito generoso mesmo.
Sai de casa e atravessei a rua, cheguei à porta e bati 3 vezes, demorou uns 2 minutos pra atenderem, mas esses minutos valeram a pena porque quando eu vi aquela garota linda me olhando com um sorriso, eu achei que tinha morrido e estava vendo o paraíso ali, bem na minha frente.
Disse que se chamava Candela Vetrano, só estava um pouco alterada. Quando me apresentei, ela perguntou se era eu que estava tocando o piano de manhã, até fiquei com medo de tê-la incomodado, mas ela disse que havia gostado e até pediu pra que eu continuasse tocando, depois disso fui embora, nossa, ela era linda, sua voz, seus olhos, tinha algo diferente nela, algo que não havia nas outras garotas.
Me virei e voltei pra casa, quando entrei me sentei no sofá e fiquei com aquele rosto angelical na minha mente, de vez em quando deixava um sorriso escapar, eu nunca vi gente mais linda em minha vida.

Candela narrando.

 Enquanto eu limpava, a imagem daquele garoto não saia da minha cabeça, o sorriso, a voz, então ele começou a tocar novamente e eu sorri, não sei oque tava acontecendo comigo... Ouvi abrirem a porta, corri até a sala e era Lali.
-          O que faz aqui tão cedo? – perguntei confusa.
-          Meu patrão teve que fechar a loja mais cedo – respondeu se jogando no sofá.
-          Ótimo, fique aqui, já volto.
Corri pra escada, subi e fui ao meu quarto, peguei a carta e logo desci, me sentei no sofá ao lado de Lali e fiquei de frente pra ela.
-          Eu tava vendo umas coisas no armário, e a gaveta pregada tava quase aberta – falei.
-          Deixa eu adivinhar, você abriu? – ela falou indignada.
-          Abri, já ia abrir sozinha mesmo, eu achei isso – mostrei a carta.
-          Você abriu uma carta da mamãe? – gritou com os olhos arregalados.
-          Já tava aberta – respondi explicando.
-          Ler cartas dos outros é falta de educação! – disse nervosa.
-          Achei que abrir era falta de educação... Em fim só li porque eu não sei quem é essa pessoa, e eu fiz certo, leia – entreguei a carta.
Ela pegou a carta e começou a ler, logo na primeira linha a expressão dela mudou, e conforme ia lendo seus olhos enchiam de lagrimas, quando terminou deixou cair uma delas.
-          Eu sempre disse Lali, a morte dela foi planejada!
-          Eu nem sei oque dizer – respondeu com voz de choro e olhos na carta.
-          Eu vou achar essa mulher e eu vou me vingar – falei seria.
-          Cande, tira isso da cabeça já! – me olhou nervosa – essa mulher deve estar à kilometros daqui!
-          Não importa, eu vou pra onde for preciso, mas eu vou encontrar ela! – falei brava.
Lali suspirou ainda nervosa e não disse mais nada, assim como eu. Me levantei e voltei pro quarto e fiquei vendo as fotos que haviam dentro da gaveta.

Emilia narrando.

Paris, que bela cidade, nem se compara a aquilo... Como se chama mesmo? Oh! Buenos Aires. É até poderia ter uns pontos turísticos bonitinhos, mas lá só há gente tentando destruir sua vida! É, e é por isso que eu tenho que ser tão malvada, às vezes as pessoas simplesmente não merecem viver mais, e eu faço um favor enviando-as pro céu antes da hora, quem na terra agüentaria essa gente? E a policia ainda me prende por fazer bem a sociedade? Não, melhor vida de fugitiva. Mas sabe ainda tem uma pessoa nesse mundo do mesmo sangue daquela que destruiu a minha vida, e eu passei 10 anos me controlando pra não voltar pra Argentina e acabar com aquela garota, mas agora eu já estou no meu limite e não descanso enquanto não vê-la morta! Estava voltando pra Argentina, alias já estava no avião, mal podia esperar pra botar minhas mãos naquela azinha, ela mal pode esperar por mim, a idiota da mãe dela devia ter alguma foto minha de quando éramos amigas, seria melhor eu me disfarçar.
Assim que cheguei em Buenos Aires me hospedei em um hotel de luxo, segui pro salão de beleza e de loira passei pra morena, e meus belos olhos verdes foram escondidos por lentes azuis, também lindas, é eu estava irresistível, e comprei novas maquiagens também, não era eu, eu só precisava de um nome... Nome de gente boazinha, de gente gentil, dócil, quem sabe... Holly... Holly Inchausti, perfeito! Candela Vetrano, me aguarde, terá o mesmo fim que a mãe, e eu terei oque é meu devolta.


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