CAPITULO IV
Gaston narrando.
Na manhã seguinte, fui
servir a mesa pra tomar café quando bateram na porta, atendi e era uma moça,
morena, baixinha, sorridente...
-
Oi, você deve ser o
Gaston, eu sou Mariana, mas pode chamar de Lali, sou irmã da Candela que você
conheceu ontem, vim te chamar pra tomar café conosco pois somos vizinhos e
devemos ter uma amizade certo? E então? – Ela falava rapido demais e com um
sorriso enorme no rosto.
-
Oi, prazer – ri – Eu
não quero incomodar... – fui interrompido.
-
Imagine, você não
incomoda, vamos lá – ela me pegou pelo braço e começou a me puxar.
Chegamos à porta da casa dela, ela me fez entrar e fechou a porta, me
conduziu até a cozinha e pediu pra eu me sentar, ela tinha uma energia
incrível, começamos a tomar o café e conversar, ela falou que a mãe dela havia
sido morta quando Cande tinha 12 anos, e que era uma ótima pianista, dali
entendi porque Cande tinha gostado tanto de me ouvir tocando.
-
Por isso que sua irmã
gostou de me ouvir tocar – comentei sorrindo.
-
É, e o que achou dela?
– disse com olhar fixo em mim.
-
Ela é... Muito bonita,
simpática, foi gentil quando bati aqui, e tem um belo sorriso – falei um pouco
envergonhado.
Bateram 3 vezes na porta, Lali pediu licença e foi atender, depois de
alguns minutos ela voltou e Cande apareceu, era sempre tão bom vê-la, mesmo que
eu só a tivesse visto uma vez, eu não sei oque estava acontecendo comigo, mas
eu me sentia especial.
Ela deu bom dia e respondemos, e então se sentou.
-
Vou trabalhar, Gas
pode terminar de tomar seu café que a Cande te faz companhia – sorriu.
Nesse momento Cande olhou pra ela como se estivesse assustada,
surpresa. Logo Lali se foi, e a cozinha foi tomada por um silencio, até que eu
resolvi quebrá-lo, falei sobre a mãe dela, e ela comentou sobre ela ser
pianista, e até me elogiou.
-
Eu não devo ser tão
bom assim – ri negando com a cabeça.
-
É sim – me olhou, e eu
também a olhei – quando minha mãe tocava pra mim eu me sentia calma e especial,
e eu estou me sentindo assim novamente, mas dessa vez quem toca é você...
Ela me olhou, parecia encantada, não sei ao certo, mas a cada elogio
que ela me fazia, cada sorriso, eu sentia uma coisa diferente em mim.
-
Obrigado... – sorri.
-
Eu que agradeço, eu
não sentia essas coisas há muito tempo – respondeu envergonhada, sorrindo de
canto.
-
Fico feliz em saber
que eu te deixo assim – sorri, terminei de tomar o café e me levantei.
Avisei que iria embora e ela me levou até a porta.
-
Qualquer dia te chamo
pra você me ouvir tocar – sorri.
-
Pode ser – respondeu
com varias expressões diferentes em seu belo rosto.
-
Tchau – me aproximei e
dei um beijo em seu rosto.
-
Até mais – respondeu
sorrindo.
Me virei e atravessei a rua pra ir à minha casa, chegando lá abri a
porta e entrei. Me sentei no sofá e a partir dali, não consegui mais parar de
pensar nela, no sorriso, na voz, no rosto, em tudo.
Emilia narrando.
Novo documento, falso é claro, Holly Inchausti, eu estava pronta pra
terminar de destruir a família de Julia, mas tinha um porém... Julia me tirou
algo muito precioso e ela teve ajuda, de uma pessoa que eu também dei um fim, e
sem intenções também dei fim a seu marido que quis se intrometer, Silvia e
Pedro Dalmau, eles tinham um belo bebezinho, chamado Gaston se não me engano, e
pra quem pensou que eu ia deixar isso quieto se enganou, quando mexem comigo eu
destruo a pessoa e tudo que ela mais tem de precioso, podem me chamar do que
for, louca, psicopata, mas não dá pra mexer comigo e sair ileso, e nem os mais
próximos.
Mas eu não teria que gastar uma gota de suor pra encontra-lo, eu tinha
uma espiã na Argentina, Paula Recca, que sempre me manteve informada, e foi uma
informação muito preciosa que fez com que eu voltasse pra Argentina.
Ela era de minha confiança, sua mãe era minha espiã e quando morreu
passou todo seu trabalho pra ela, uma pessoa esperta, boa atriz, sempre ajudou
muito, e era com ela que eu iria me encontrar num restaurante, próximo ao hotel
que eu estava hospedada.
Quando cheguei ela já estava em uma mesa, me esperando, me sentei e
deixei minha bolsa em outra cadeira.
-
Adorei o novo visual –
disse sorrindo.
-
Obrigada – sorri – e
então, me conte mais detalhes do que me disse por telefone, quando eu ainda
estava em Paris – falei ansiosa – Você me disse que Candela e Gaston podem
estar mais próximos do que eu imagino certo?
-
Isso, bom, todos esses
anos sempre estive atrás de Candela, esses dias mudou um cara novo, pra casa em
frente a dela, sempre que eles se vêem ficam se olhando, uma coisa muito chata,
mas o mais importante, eu procurei saber o nome dele, Gaston Dalmau.
-
Não acredito, são
vizinhos? – fiquei boquiaberta.
-
Sim, no dia em que ele
se mudou seu tio, Nico, estava junto.
-
Isso é perfeito, posso
acabar com os dois de uma vez!
-
O que tem em mente? –
perguntou me olhando curiosa.
-
Por enquanto nada, mas
te mantenho informada.
-
Tudo bem – sorriu.
Almoçamos e conversamos sobre mais alguns detalhes,
então nos despedimos, ela foi pra sua casa e eu voltei ao hotel pra pensar em
um plano maligno pra acabar com todos aqueles que eram do sangue de quem um dia
cruzou o meu caminho.* Postei dois capítulos hoje por não ter postado o capítulo de ontem.
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